A fibromialgia é uma síndrome reumática caracterizada por dor músculo-esquelética difusa com múltiplos pontos dolorosos. Os pacientes fibromiálgicos frequentemente referem sintomas como, fadiga crónica, disfunção cognitiva, distúrbio do sono, rigidez matinal, ansiedade e depressão.
A sua causa é ainda desconhecida, mas estudos sugerem que existam alterações do processamento da dor no sistema nervoso central. Mas o mais provável é que seja uma causa multifactorial.
Existem poucos dados disponíveis na literatura científica para que se possam tirar conclusões sobre o papel da dieta na fibromialgia ou fazer recomendações dietéticas específicas para o tratamento.
No entanto e apesar de ainda não existir uma estratégia protocolada e considerada eficaz, algumas evidencias sugerem que alguns doentes de fibromialgia podem melhorar o seu estado de saúde através de uma intervenção dietética.
Com o objectivo de encontrar o tratamento ideal para este tipo de pacientes, em estudos realizados tem mostrado que alimentos ricos em antioxidantes, presentes principalmente em hortaliças, fruta, sementes, nozes e sem ingestão de álcool, carnes, cafeína e lacticínios. Em alguns destes estudos realizados encontrar os seguintes resultados; Um desses estudos avaliou 33 pacientes, que apresentaram diminuição significativa na rigidez matinal auto-referida e dor em repouso, quando comparados com o grupo controle após 3 meses de dieta. Outro estudo encontrou que 18 participantes melhoraram significativamente a dor, a qualidade do sono e a rigidez matinal.
Estas evidências vêm de encontro com o que pacientes com fibromialgia relataram em alguns estudos, de que seus sintomas podem ser afetados pela ingestão alimentar. Destes, 42% relataram exacerbação de sintomas (dor, rigidez e inchaço nas articulações) após a ingestão de certos alimentos.
Neste sentido, os autores Deuster e Jaffe (1998) investigaram as substâncias que estariam relacionadas com o aumento dos sintomas. Dentre eles estavam glutamato monossódico (sal), cafeína, corantes, chocolate, camarão, produtos lácteos e aspartame (açúcar). Ou seja, a ingestão continuada deste tipo de alimentos leva estes doentes tenham um agravamento dos seus sintomas e persista a inflação. A partir disso, os pacientes foram orientados a excluir esses alimentos e suplementados com vitaminas antioxidantes e minerais e os pacientes que completaram a dieta por três meses sentiram menos dor, depressão, fadiga e rigidez.
Apesar de não se poder provar através de estudos a nível cientifico, a prática clínica mostramos que uma dieta alcalina, tem excelentes benefícios a este tipo de doentes, uma vez que sabe-se que muitas doenças como eczema, acne, doenças inflamatórias, artrite, fadiga crónica e mesmo o cancro estão relacionadas com um ambiente interno ácido.
Neste tipo de dieta todos os alimentos são permitidos, porém os alcalinos devem estar presentes numa proporção maior. Esta proporção entre os alimentos pode variar entre as diferentes pessoas, mas geralmente ela deve ter pelo menos 60% alcalinos e 40% ácidos. É importante ressaltar que a acidez dos alimentos deve ser medida sobre seu efeito no organismo após a digestão e não em seu teor de acidez e alcalinidade intrínseca.
Equilíbrio é a chave!
O importante é que exista equilíbrio, ingerindo maioritariamente alimentos alcalinos, mas também alguns ácidos.
Exercício Físico e fibromialgia:
Fundamental, se adaptado às condições do doente.
Aconselha-se, essencialmente, a caminhada e natação (sem grande esforço), em ambientes agradáveis e tépidos.
É importante não descurar o Exercício Físico, porque a inacção para que tendem os doentes de Dor Crónica, acarreta consequências psíquicas e físicas como Depressão, Obesidade, Atrofia Muscular, Osteoporose, atralgias, tudo situações que acabam também e por si só, gerar doença.
Alguns Mitos:
A fibromialgia é uma Doença Psiquiátrica?
Não!
Trata-se de uma doença orgânica crónica, a qual, dadas as suas características (dor generalizada, cansaço fácil) e à incompreensão de todos aqueles que rodeiam o doente, leva, muitas vezes, a que os mesmos desenvolvam reacções do foro psíquico.
Estudos recentes (Petzeke e Col) comparativos e randomizados comprovam que nestes doentes há uma hiperalgesia (sensibilidade exagerada à dor ou sensação elevada a estímulos dolorosos,) independentemente de factores psíquicos.
Basta imaginar o estado de espírito de qualquer um de nós perante uma dor de dentes contínua desde há anos e sem alívio!…
A Fifromialgia tem cura?
Não!
Aliás, com o passar dos anos, o doente tende a piorar, se não houver condições para um adequado tratamento, adaptação ou perante a ausência da ajuda de terceiros nas diversas tarefas diárias.
E o apoio psiquiátrico nunca deve ser de descurar, sempre que se revele necessário, sob a orientação de médico psiquiatra com experiência em dor.
Quem sofre de fibromialgia, ou conhece quem tenha saída que não está sozinho e existe em Portugal uma associação de apoio a estes doentes;
Associação Portuguesa de doentes com Fibromialgia: http://www.apdf.com.pt
Olhe por sua saúde!….