Sal a gosto!

Qual a diferença entre os tipos de sal?

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Actualmente, pode-se encontrar diversos tipos de sal no supermercado: sal rosa do Himalaia, flor de sal, refinado, defumado, negro, flor de sal, marinho, entre outros. Apesar de todos possuírem sódio em sua composição, existem algumas diferenças entre eles, como a quantidade de sódio e de outros minerais, além de diferenças de textura e sabor.

Tipos de Sal

sódio é um mineral que está presente nos alimentos, podendo estar presente como cloreto de sódio (sal) e/ou sob outras formas de sódio (como o glutamato monossódico, fosfato dissódico, benzoato de sódio, etc.).

Este mineral é necessário para manter o balanço hídrico do organismo, no entanto, na doença renal crónica os rins perdem a capacidade de remover o excesso de sódio e de líquidos. A acumulação destes pode provocar o aumento da pressão arterial e edemas (inchaço).

O sal de cozinha ou “refinado” é o mais utilizado na culinária. O iodo foi adicionado ao sal pela primeira vez em meados de 1920 para combater uma epidemia de hipertireoidismo e o bócio. O sal é processado para remover impurezas, o que reduz os teores de minerais, e por ter uma textura fina pode ser misturado de forma mais homogénea. O sal grosso evita o ressecamento dos alimentos por não ter passado pelo processo de refinamento e apresenta a mesma quantidade de sódio do sal de cozinha.

Sal líquido

sal líquido é obtido pela dissolução de sal de altíssima pureza e sem aditivos em água mineral. Com sabor suave, o sal líquido pode ser usado em todos os alimentos, sem alterar suas características. Esta versão salga menos, mas tem menos sódio que os convencionais. Uma solução para os consumidores com problemas de hipertensão, com vantagens também para desportistas.

Sal light

O sal light apresenta um reduzido teor de sódio com 50% de cloreto de sódio e 50% de cloreto de potássio. Geralmente é indicado para pessoas que têm restrição ao consumo de sódio. No entanto, indivíduos com doenças renais não devem utilizá-lo, pois o aumento da ingestão de potássio pode causar um acúmulo do mineral no organismo, elevando o risco de complicações cardiovasculares.

Sal marinho

sal marinho é mais caro do que o sal de cozinha por ser raspado manualmente da superfície de lagos de evaporação. Não é tão processado, preservando mais os sais minerais. Pode ser grosso, fino ou em flocos e dependendo da região que é retirado e da composição de minerais pode ser branco, rosa, preto, cinza ou de uma combinação de cores.

Sal do Himalaia

sal do Himalaia é encontrado aos “pés” do Himalaia, região que a milhões de anos foi banhada pelo mar. Possui mais de 80 minerais, tais como cálcio, magnésio, potássio, cobre e ferro. Por conta disso, os cristais ganham tom rosado e sabor suave.

Sal havaiano

sal do Havaí possui coloração rosa avermelhada por causa da presença de uma argila havaiana chamada Alaea, rica em dióxido de ferro.

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Sal negro

Sal negro é um sal não refinado procedente da Índia. Por conta de compostos de enxofre presentes em sua composição, ele tem um forte sabor sulfuroso. Outro factor que chama a atenção é a cor cinza rosada, que evidencia sua origem vulcânica. Além de compostos sulfurosos, é formado por cloreto de sódio, cloreto de potássio e ferro.

Sal defumados

Existem diferentes tipos de sais defumados. No entanto, os mais tradicionais e cobiçados são os franceses. O francês é feito com cristais de flor de sal defumados lentamente em fumaça fria resultante da queima de ripas de barris de carvalho usados no envelhecimento de vinho chardonnay. Já o  dinamarquês é feito segundo a tradição viking: após a evaporação da água do mar, o sal é secado em recipiente aberto sobre uma fogueira fumacenta, feita com galhos de madeiras aromáticas, como carvalho e cerejeira.

Flor de sal

flor de sal contém 10% mais sódio do que o sal refinado. Na elaboração são utilizados apenas os cristais retirados da camada superficial das salinas onde se formam os grãos translúcidos. Tem sabor mais intenso e textura crocante, sendo indicado acrescentar após a preparação do alimento.

Sal Kosher

sal kosher é utilizado para preparar carnes kosher, por remover o sangue da carne rapidamente. Não dissolve tão rápido quanto o sal de cozinha e não é iodado.

Gersal

Utilizado por pessoas que seguem a dieta macrobiótica, consiste em sal marinho misturado à sementes de gergelim torradas e moídas e é uma ótima opção para substituir o sal comum.

Com a mistura, além de reduzir a proporção de sal pela metade (ou menos, dependendo das medidas usadas) conseguimos enriquecer as preparações com outros nutrientes, principalmente o cálcio. O gergelim é uma das melhores e mais biodisponíveis fontes deste mineral que temos. O Gersal é uma óptima e criativa maneira de se introduzir este alimento funcional na nossa alimentação e aumentar a oferta de cálcio na alimentação

Sal Nitrificante (E250)

Não é encontrado em estado selvagem. Nitrato de sódio é obtido pela acção química. Ele é utilizado na indústria, a fim de manter uma cor atraente. É também um conservante comum utilizado em produtos curados.

sal nitrico

Sal de Guérande

De origem francesa, é considerado o melhor e mais raro sal do mundo. O sal de Guérande é considerado uma “flor de sal”, isto é, é extraído de uma fina película que se deposita na superfície das salinas marinhas. É rico em vários minerais essenciais ao corpo e pode possuir em seu aroma nuances que lembram vinho tinto, brasas e até grãos de pimenta. É muito utilizado em receitas de alta gastronomia que levem carne de peixe. Contém vários minerais essenciais

Sal de Maldon

Produzido no mar de Inglaterra desde a idade média, é um sal integral de origem natural. É crocante, mais seco e suave que a Flor de Sal, ótimo para a finalização de pratos. Grãos de sal Maldon são visualmente atraente, pois são criados sob a forma de flocos, muito branca e macia de tamanho médio. É ideal para dar um toque final para pratos gourmet e deve ser usado em pequenas quantidades, não só para seu alto custo, mas porque é mais salgado do que o sal de mesa.

Sal para hipertensos

Existe hoje em dia alternativa ao sal para quem sofra de hipertensão. Disponível em lojas de produtos naturais, parafarmacias ou farmácias, este produto salga a comida, muito à semelhança do sal corrente, salientando e melhorando o sabor dos alimentos.

Este produto é um substituto do sal, com 0% de sódio, feito à base de ingredientes naturais. Contém também Potássio que, devido à sua acção cardioprotectora, tem um efeito benéfico sobre a Tensão Arterial e impacto na redução do risco de AVC.  Pode ser utilizado por qualquer pessoa que queira optar por um estilo de vida mais saudável, com a redução do consumo de sal.

Sal do Peru

Tem como origem um oceano muito antigo que secou e ficou preso nos subterrâneos das montanhas no Vale Sagrado dos Incas. É colhido manualmente, tem um índice de humidade elevado, sua coloração é rosa clara e o sabor, forte. Quando comparado aos outros tipos de sal, é o que apresenta um dos menores teores de sódio.

Utilizado em um prato típico do Peru, o ceviche, também pode temperar aves, peixes, entre outras receitas. Em 1g de sal Rosa do Peru há 250mg de sódio.

A tabela abaixo mostra a quantidade de sódio presente nos diferentes tipos de sal.

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A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o consumo de 5g de sal por dia para um adulto (1 colher de chá rasa) e 3g diárias para as crianças. Isto já inclui não só o sal acrescentado aos alimentos, como o que faz parte da sua composição, na totalidade de todas as refeições realizadas ao longo de um dia. Em média, os portugueses consomem 10,7g de sal por dia (estudo PHYSA), o que corresponde ao dobro do recomendado.

NOTA: 5g de sal – corresponde a 2g de sódio.

Entretanto, o sal, se consumido com moderação, proporciona ao organismo humano a quantidade necessária de sódio e cloro, proporcionando um equilíbrio hídrico, evitando a desidratação do organismo e preservando a actividade muscular e nervosa.

Como ler os rótulos

É verdade que muitas pessoas não sabem identificar o sódio nos rótulos dos alimentos que compram. Ler o rótulo é uma atividade importante de que nunca se deve esquecer, para saber sempre o que está a comprar. O sódio pode aparecer sob diversas designações: teor de sal, sódio, NaCl (cloreto de sódio), Na (símbolo químico do sódio), glutamato monossódico, bicarbonato de sódio, bissulfato de sódio, fosfato dissodico, hidróxido de sódio e propionato de sódio. Quando for fazer as suas compras não se esqueça: há alimentos que naturalmente contêm elevados valores de sódio.

Tome atenção aos rótulos e evite os que têm mais de 5% da dose diária recomendada (DDR) de sódio ou com mais de 1,5 g de sal por 100 g (0,6 g de sódio).

Os alimentos com maior quantidade de sal

Existem certos alimentos que tendencialmente têm excesso de sódio, pelo que é necessário uma maior atenção e alguma limitação no seu consumo: carnes processadas (ex: salsichas, hamburguer, rissóis, folhados, enchidos), algumas conservas (ex: milho, ervilha, atum, sardinha), molhos embalados, caldos concentrados, batatas-fritas de pacote, bacalhau (é importante que seja bem demolhado), alguns lacticínios (manteigas com sal, queijos curados), refrigerantes (o sódio pode ser adicionado a sumos como conservante), refeições pré-cozinhadas e snacks. Prefira, sempre que possível, os alimentos na sua forma natural e opte por ingredientes frescos.

Dicas para reduzir o sal

Adicione menos sal aos pratos – Os alimentos já têm sódio, ao adicionar sal está a aumentar a quantidade de sódio que ingere por dia. Substitua o sal por especiarias e ervas aromáticas. Dê mais cor e sabor ao seu prato. Outro conselho é ir provando os seus petiscos à medida que vai cozinhando. Assim, evita condimentar demasiado os seus cozinhados, ao mesmo tempo que controla os níveis de sódio.

Temperos da comida
 – Tenha cuidado com os molhos e temperos que compra já preparados! Muito ricos em sal, estes são, muitas vezes, alimentos que consome sem se ter a perceção do seu real teor de sódio. Como solução, experimente temperar a sua carne, peixe ou saladas com sumo de limão ou vinagre balsâmico. Vai ver que dá nova vida às suas refeições.

Como temperar carne grelhada
 – Quer organizar um churrasco e não sabe o que fazer para temperar as carnes sem ser com sal? Então experimente fazer um molho de azeite, alho, um pouco de vinho, sumo de limão e pimentão e use-o para regar a sua carne enquanto vai assando. Vai ver que confere imenso sabor e sem pitada de sal.


Como temperar o peixe
 – O peixe fresco faz parte da cozinha portuguesa e faz parte de uma alimentação saudável, mas atenção aos temperos realizados! Substitua o sal por uma maceração de ervas frescas, azeite e um pouco de alho. Combine as ervas aromáticas que mais gosta, seja rosmaninho, coentros, salsa ou até cebolinho, e aprecie as suas refeições de maneira mais saudável.

Batatas fritas sem sal 
– Quando come um delicioso prato de batata-frita, o que apetece é sempre um pouco de sal, correto? Mas, experimente fazer um simples molho de iogurte tipo grego com umas gotas de sumo de limão ou lima, uns ramos de cebolinho picado e um pouco de pimenta e vai ver que o seu petisco fica bem mais delicioso!

Molho de iogurte
 – Quer acompanhar a sua refeição com um molho fresco mas sabe que os disponíveis no mercado estão cheios de sódio? Então experimente fazer um simples molho de iogurte com limão ou lima, tempere a gosto e junte cebolinho – o ideal para a sua carne. Mas se tem um prato de peixe, que tal um fio de azeite com limão e um pouco de salsa picada? Vai gostar e o seu corpo agradece!

Procure o nutricionista/dietista para ajudar a planear uma alimentação com baixo teor em sódio, dando-lhe alternativas à redução da ingestão de sal e informando-o acerca da quantidade de sódio dos seus alimentos preferidos.

Viva com mais saúde!!!

fontes para mais informação; nutritotal, sociedade portuguesa de hipertensão

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