O que come pode afectar o seu problema de asma? Embora a pesquisa esteja longe de ser definitiva, existem alguns estudos que nos indicam que isso pode ser verdade.
“Não há realmente nenhuma dieta eliminar ou curar a sua asma, mas há certas coisas que você poderia incorporar na sua alimentação para ajudar“, diz Robert Graham, MD, um internista em Lenox Hill Hospital, em Nova York.
É uma doença que afecta pessoas de todas as idades e, quando não está devidamente controlada, pode impor limitações significativas á vida quotidiana dos doentes.
Tenha em mente que as reações individuais aos alimentos variam muito, mas aqui vai encontrar algumas diretrizes sobre o que comer para ajudar na asma, ou pelo menos não torná-la pior.
O que causa a asma
A asma é caracterizada pela inflamação crónica das vias aéreas, iniciada e perpetuada pela resposta do sistema imunitário, resultando na redução ou obstrução no fluxo de ar.
Mas na realidade, a causa exata da asma não é conhecida. Os pesquisadores acham que alguns factores genéticos e ambientais interagem de forma a causar asma, na maioria das vezes no início da vida. Esses alguns desses factores incluem:
- Uma tendência herdada para desenvolver alergias, chamada atópia. Desenvolvendo-se na conhecida por asma atópica.
- Pais com asma, maior sensibilidade ou pré disposição para a doença.
- Certas infecções respiratórias durante a infância
- Contato com alguns alérgenos aéreos ou exposição a algumas infecções virais na infância ou nos primeiros dias de vida quando o sistema imunológico está ainda em desenvolvendo.
A exposição a vários irritantes e substâncias que desencadeiam alergias (alergénicos), a exposição a irritantes (como por exemplo, o fumo do tabaco) pode também desencadear sinais e sintomas de asma.
Quais são os sintomas da asma?
A inflamação crónica condiciona a diminuição do diâmetro das vias aéreas, com contracção e estreitamento do lúmen, dificultando a entrada e saída do ar.
Esta situação desencadeia os sintomas típicos da Asma: “chiadeira” ou “apitos” no peito (pieira), dificuldade em respirar (dispneia) e, por vezes, tosse e opressão torácica.
Factores que podem contribuir para ataques de asma
- Infecções respiratórias, como o resfriado comum
- Atividade física (asma induzida por exercício)
- Ar frio
- Poluentes atmosféricos e irritantes, como o fumo
- Alguns medicamentos, incluindo beta-bloqueadores, aspirina, ibuprofeno e naproxeno
- Emoções fortes e stress
- Sulfitos e conservantes adicionados a alguns tipos de alimentos e bebidas, incluindo camarão, frutas secas, batatas processadas, cerveja e vinho
- Doença de refluxo gastroesofágico (DRGE), uma alteração em que os ácidos do estômago voltam a garganta
- Substâncias transportadas pelo ar, tais como pólen, ácaros da poeira, esporos de mofo, caspa dos animal de estimação ou partículas de resíduos das baratas
As estratégias nutricionais
Estudos científicos (observacionais) têm verificado acções benéficas da ingestão de antioxidantes, como vitamina E, vitamina C, carotenóides, magnésio, selénio e polifenóis, ácidos gordos ómega-3 e vitamina D no tratamento da asma.
Alimentos ricos em polifenóis
Maças
Aqui está mais uma razão para colocar maçãs em sua lista de alimentos para comer todos os dias.
Um estudo verificou que, em adultos, o consumo diário de maçã foi associado com menor risco de desenvolver asma.Um estudo britânico descobriu que mesmo depois de controlar por outros fatores, as pessoas que relataram comer duas a cinco maçãs por semana tinham um risco menor de 32% do que as pessoas que comiam menos. Qualquer quantidade menor do que isso não parece fazer a diferença de uma forma ou de outra.
Outra pesquisa demonstrou que, em crianças, o consumo diário de banana e sumo de maçã reduziu significativamente os sintomas da asma.
Os compostos polifenólicos, como flavonóides presentes em frutas e chás, tem cada vez mais destaque como potentes antioxidantes que podem contribuir no tratamento da asma. Um flavonóide em particular, khellin, um vasodilatador que tem também uma acção de bronco dilatação, que auxilia na obstrução das vias aéreas (1).
Alimentos ricos em vitamina C
Frutas citrinas
A vitamina C é um potente antioxidante que pode evitar os danos nos pulmões através do combate aos radicais livres. Um estudo de crianças pré-escolares no Japão descobriu que aqueles com o maior consumo de vitamina C eram menos propensos a sofrer de asma do que aqueles com menor consumo (2).
Embora a vitamina C pode ser encontrada na maioria das frutas e legumes, eles são super-abundante em frutas cítricas, como laranja e toranja, kiwi, brócolis, couves-de-Bruxelas e tomates.
Além disso, estudos também verificaram que a dieta mediterrânea está associada com menor risco de asma e que diminui os seus sintomas em crianças.
Alimentos ricos em ómega 3
Peixe
No estudo cientifico de, Kim et al (2005) e Laerum et al (2007) verificaram que o consumo de peixe, em pelo menos uma porção semanal, é capaz de proteger contra a asma e seus sintomas em adultos e crianças. (3,4).
Os ataques graves de asma podem ser muito perigosos. Eles são causados por inflamação e inchaço nas vias aéreas dos pulmões.
E a ingestão de ómega 3 tem sido associada ao combate da inflamação no organismo, e vários estudos ligaram o consumo de ómega-3 a um menor risco de asma em crianças e adultos jovens (5, 6).
Linhaça
As sementes de linhaça são ricas em ácidos gordos omega-3, bem como de magnésio.
Alimentos ricos em carotenóides
Cenouras
As cenouras são famosas por conter beta-caroteno, outro antioxidante. Estudos preliminares sugerem que o beta-caroteno, que é convertido em vitamina A no corpo, pode reduzir a incidência de asma induzida pelo exercício.
O pigmento também é essencial para manter os olhos e sistema imunológico saudaveis e pode até mesmo auxiliar nas doenças cardíacas, cancro e doença de Alzheimer.
O beta-caroteno não se encontra só nas cenouras, mas também em outras frutas e vegetais, tais como damascos, pimentão verde, melão brócolos, espinafres e batata-doce (7).
Alimentos ricos em Magnésio
Um estudo no American Journal of Epidemiology descobriu que as crianças de 11-19 anos que tinham baixos níveis de magnésio também tinham baixo fluxo pulmonar e volume.
As crianças podem melhorar seus níveis de magnésio comendo alimentos ricos em magnésio como espinafre, sementes de abóbora, acelga, chocolate escuro e salmão.
Estes alimentos ricos em magnésio podem ser úteis, pois relaxa os músculos que rodeiam os brônquios, mantém as vias aéreas abertas. Pois a constrição dos brônquios é o que desencadeia um ataque de asma.
Alimentos ricos em anti-oxidantes
Os alimentos ricos em antioxidantes são, especialmente, as frutas e os legumes, e favorecem o bom funcionamento das células de todo o organismo, apesar de não serem os únicos.
Alho
O alho tem propriedades anti-inflamatórias. E contém alicina, um antioxidante excepcionalmente poderoso. Um estudo de 2009 revelou que, como alicina contém altos níveis de antioxidantes naturais que servem para remover toxinas e radicais livres que causam danos ao organismo.
Abacate
Os abacates contêm um importante antioxidante chamado glutationa. Seu papel no organismo é proteger as células contra os danos infligidos pelos radicais livres.
Quase 70% das gorduras encontradas no abacate são monoinsaturadas, a maioria de ácido oleico, e o restante é composto por gorduras poli-insaturadas (ómega-6 e ómega-3) e saturadas (ácido palmítico). o tipo de gordura que se quer na dieta, porque ajuda a reduzir o colesterol.
O abacate contém uma variedade muito grande de vitaminas e minerais. Destacam-se as vitaminas do complexo B, vitamina C, vitamina A, vitamina E, vitamina A, cobre, manganês, magnésio, fósforo, potássio e zinco.
Alimentos ricos em vitamina E
A vitamina E serve principalmente para proteger as células do organismo porque é uma vitamina antioxidante e por isso é utilizada em terapias anti-envelhecimento.
E podemos encontrada em alimentos tais como, arroz integral, amêndoa, amendoim, castanha-do-pará, gema de ovo, gérmen de trigo, milho, óleos vegetais (soja, milho e algodão) e semente de girassol.
Alimentos ricos em vitamina D
As principais fontes alimentares de vitamina D são os peixes e frutos do mar, como o salmão, o carapau ou os mariscos.
Mas também é produzida pela pele quando o indivíduo fica diretamente exposto ao sol, sem usar nenhum tipo de protetor solar. Essa exposição deve ser diária e deve ocorrer no início da manhã, antes das 10h ou no final da tarde, após as 16h, para evitar os efeitos nocivos dos raios ultravioletas.
Tem emergido um crescente número de estudos acerca dos efeitos adversos da deficiência da vitamina D e sua associação com várias patologias, tais como a asma bronquial (8).
Actualmente reconhece-se que a vitamina D: Intervém no crescimento e maturação do pulmão fetal, a presença de níveis séricos diminuídos associa-se a maior risco de exacerbações de asma. Pode desempenhar um efeito terapêutico nos doentes asmáticos resistentes aos corticosteróides.
Alimentos ricos em Selénio
Castanha-do-pará
Somente uma noz de castanha-do-pará traz 500 mcg de selénio. O alimento é ainda uma boa fonte de magnésio, potássio e cálcio e faz bem para o coração, cérebro e oferece ação antioxidante.
Para ter os benefícios do selénio para saúde uma boa dica é ingerir uma castanha-do-pará que além de selénio tem também vitamina E e contribui para a saúde da pele, unhas e cabelo.
Ovos
Comer ovo também abastece o organismo com selénio. É cada gema de possui 3,4 mcg da substância. Por sua vez, uma unidade de clara de ovo possui 1,5 mcg do mineral, o que deixa cada ovo com um total de 4,9 mcg de selénio.
Alimentos a Evitar
- Sulfitos, que são encontrados em vinho e frutas secas
- Alimentos que podem causar gás, incluindo feijão, repolho e cebola
- Ingredientes artificiais, tais como conservantes químicos ou outros aromas alimentares
Prevenção na gravidez
De maneira geral, as pesquisas dão enfase à prevenção por meio da intervenção nutricional durante a gravidez, com o objetivo de reduzir o risco de asma na infância.
Estudos de coorte mostraram que ingestão materna de vitamina E, vitamina D, selénio, zinco e omega-3 durante a gravidez reduz o risco de asma nas crianças.
Entretanto, mais estudos de intervenção nutricional são necessários para estabelecer as recomendações específicas e para que se possam instituir medidas de saúde pública para reduzir a prevalência de asma na infância.