O termo “gastroenterite” refere-se a uma irritação e inflamação do tubo digestivo, incluindo o estômago e o intestino. E tem como causas mais comuns agentes virais, bactérias, parasitas e as intoxicações alimentares, e as queixas mais comuns são a diarreia, dor abdominal, cólicas, náuseas e vómitos.
A gastroenterite é um problema bastante comum na infância e em crianças pequenas. As crianças até aos 3 anos têm, em média, 1 a 2 episódios por ano, com um pico de incidência entre os 6 e os 23 meses. A diarreia tem habitualmente duração média de 5 a 7 dias.
Pode ser causada por uma infecção viral ou bacteriana. Outros organismos parasitários podem causar sintomas semelhantes aos gastrointestinais, como é o caso da bactéria Helicobacter pylori.
Cerca de 40% dos casos de diarreia nos primeiros 5 anos de vida devem-se ao Rotavírus e 30% a outros vírus. Em 20 a 30% são identificados agentes bacterianos (Salmonella, Campylobacter jejuni, Yersinia enterocolítica, E. colienteropatogénica ou Clostridium difficile).
Nos países do Sul da Europa, como Portugal, a Salmonella é a bactéria mais frequentemente envolvida.
Quais os sintomas da Gastroenterite?
Os sintomas principais da gastroenterite são diarreia e vómitos.
Pode ainda ocorrer dores de barriga, febre e dores de cabeça.
Os sintomas geralmente duram apenas alguns dias, mas podem durar até uma semana.
Quando a diarreia ou os vómitos são graves e persistentes, pode ocorrer desidratação, que se manifesta por olhos encovados, boca seca, sensação de língua grossa e redução do volume de urina, que adquire uma coloração escura.
Quais as causas de Gastroenterite?
A maioria das gastroenterites é causada pela ingestão de alimentos ou água contaminados por bactérias (Salmonella, Shigella, Campylobacter, E. coli, entre outras) ou vírus (Rotavirus, Norvovirus, Adenovirus, entre outros).
As infeções também podem ser transmitidas de pessoa para pessoa, sobretudo se alguém com diarreia não lavar bem as mãos depois de evacuar.
As infeções pela bactéria Salmonella podem-se contrair ao tocar em répteis, como tartarugas ou iguanas, e depois levar os dedos à boca.
Abordagem terapêutica
São diversas as causas da gastroenterite, e podem resultar em dor abdominal, diarreia e vómitos. Se os sintomas são agudos e a causa parece ser bacteriana, o tratamento adequado são os antibióticos. Porém, estes podem muitas vezes agravar a diarreia porque irritam o intestino.
Probióticos
É reconhecido a muito que a ingestão de probióticos – bactérias benéficas para o sistema digestivo – durante a infecção reduz para metade o tempo de recuperação da diarreia (1, 2 , 3). Além disso, se estiver a tomar antibióticos, esses perturbam as bactérias intestinais que nos mantém saudáveis. Um suplemento de probióticos durante algumas semanas após uma infecção, ou durante e depois de tomar antibióticos, acelera bastante a recuperação do intestino, repovoando-o com bactérias intestinais normais e saudáveis.
As duas principais estirpes de bactérias que residem no intestino são a Lactobacillus acidophilus e a Lactobacillus bifidus (bifiídobactérias). Existe também outra estirpe chamada Lactobacillus rhamnosus (por vezes chamada Lactobacillus GG) e um tipo de levedura com o nome de Saccharomyces Boulardii que aceleram a recuperação da diarreia.
a Lactobacillus acidophilus e a Lactobacillus bifidus são nas melhores estirpes para a recuperação das bactérias intestinais após a administração de antibióticos. Embora o iogurte, que contém bactérias, seja bom, precisamos de cerca de 5-10 mil milhões de organismos ativos para produzir algum efeito. Como tal, há a necessidade de ingerir suplementos. Estes são melhores quando tomados com os estômago vazio, porque o ácido do estômago destrói apenas uma parte dessas bactérias – mas não todos – quando ingeridos desta maneira. Pois o suco gástrico é libertado quando comemos alimentos ricos em proteínas.
Vitamina C também ajuda
A vitamina C é antibacteriana e antiviral, mas é mais eficaz contra os vírus. Muitos casos de gastroenterite são causados por vírus, como o rotavírus e o norovírus. Uma elevada dose de vitamina pode ajudar a acelerar a recuperação, mas é também uma espada de dois gumes pois pode também causar diarreia. A dose ideal é quantidade que se consegue tomar sem provocar essa consequência (conhecida com tolerância intestinal).
Como a vitamina C é expelida do organismo em poucas horas, os melhores resultados sao alcançados tomando 500-1000 mg. Sua forma pura tem por nome ácido ascórbico, e a forma mais suave e alcalina tem o nome de, ascorbato.
Esta vitamina tem também o conveniente de promover o efeito dos antibióticos e ajuda na recuperação de Helicobacter pylori, uma infecção bacteriana que pode levar a causa de úlcera no estômago.
Vitamina B3, para manter os microorganismos mais resistentes
Os microorganismos multiresistentes, como as infecções estafilocócicas resistentes aos antibióticos, estão a tornar-se um problema grave, atingindo milhares de pessoas. Investigadores do Instituto Linus Pauling descobriram que altas doses de vitamina B3, pode aumentar em mil vezes a capacidade das células imunitárias no combate as bactérianas Staph.
Os testes foram feitos tanto em animais de laboratório como em sangue humano. A vitamina, administrada sob a forma se niacinamida, aumentou a imunidade natural, elevando dramaticamente o numero de neutrófilos, um tipo especial de glóbulos brancos capazes de combater bactérias nocivas.
A dose diária recomendada (DDR) para a vitamina B3 é de 18 mg, pelo que a quantidade suplementada terá de ser muito superior, os ensaios sugerem – 1000-3000 mg – para que haja combate eficaz na luta contra as infecções bacterianas, não sendo assim possível obter esse resultado por meio da dieta.
Uma boa hidratação
Para que sofre de gastroenterite, o principal risco é a desidratação crónica. Se tiver diarreia aguda, boca seca e olhos encovados, se sentir extremamente fraco e quase na consegue urinar, é vital procurar um médico, que lhe dará alguns sais de hidratação com água. Os sais são essenciais porque, se o organismo perde muito líquido com a diarreia aguda, os minerais vitais, incluido sódio (sal), esgotam-se e poderá ter consequências nefastas para o organismo. Como tal, é importante não deixar de ingerir líquidos.
Escolha os alimentos correctos
A intoxicação alimentar é geralmente o resultado de uma infecção por estafilococos, salmonetes ou Campylobacter, todas podem ser tratadas com recurso ao antibióticos apropriado. Muitos incidentes gástricos ocorrem depois da ingestão de alguns alimentos, como é o caso de voltar a congelar alimentos descongelados. Os mesmos cuidados aplicam-se quando os prepara e come em casa.
Todavia, como já refecido anteriormente a vitamina B3 revelou ser altamente eficaz contra as infecções estafilocócicas.
Os causadores mais comuns das intoxicações alimentares são a carne e o frango malcozinhados, os peixes pouco frescos (especialmente o atum), os mariscos e os ovos, as verduras que estiveram expostas a estrume afinal ou água contaminada também podem ser causadores.
Pode reduzir o risco:
- Comer alimentos frescos, idealmente do cultivo local e biológico. Lave sempre cuidadosamente as frutas e os vegetais descascados e lave a carne, as aves e o peixe antes de os preparar.
- Comer ovos biológicos, rejeitando os que tenham a casca danificada e cozinhando-os bem.
- Apenas comer peixe cru quando souber que é fresco e de boa qualidade, assim como igualmente o marisco.
- Apenas beber água engarrafada ou fervida em áreas com alto risco de água contaminada.
Embora possa não ter vontade de comer, o sistema imunitário precisa de proteínas para se manter forte. O consumo de sopas com feijão ou lentilhas ou um caldo de carne é uma forma suave de se manter nutrido e hidratado.
Protecção natural
O alho contém alicina, um líquido oleoso que lhe dá o cheiro intenso que é antiviral, antifúngico e antibacteriano. Rico em aminoácidos que contém enxofre, também age como um antioxidante. A alicina é, sem dúvida, um aliado importante no combate contra as infecções. Considere o consumo diário de um dente de alho, especialmente se estiver de viagem em regiões onde a intoxicação alimentar for mais comum.
A glutamina é um aminoácidos (Um elemento básico das proteínas) que ajuda o intestino a recuperar quando tomado após ou durante uma infecção. Os antibióticos embora que necessários em alguns casos, em também têm o seu impacto no intestino e a glutamina ajuda as células saudáveis da tarde intestinal a regenerarem-se após o uso de antibióticos.
O extrato de sementes de toranja é um poderoso agente antimicrobiano. A sua tarde vantagem, porém, é que não afecta negativamente as bactérias benéficas no intestino. Pode ser adquirido sob a forma de gotas e bebido ou como anti-séptico, também pode ser usado como gotas para o nariz ou para ouvidos, dependendo do local de infecção.
O zinco, um dos mais importantes numerais imunoprotectores, encontra-se em grandes quantidades nas oleaginosas e sementes, bem como no peixe, marisco e ovos. Em caso de suplementação certifique se tem pelo menos 10 mg por dia, embora a dose ideal para o combater uma variedade de infecções seja de 30 mg diários.
Melhores Alimentos
- Água
- Sopa de feijão, lentilhas e vegetais ou caldo de carne (como um consommé)
- Sumos vegetais
- Papas de aveia com sementes moídas
Piores Alimentos
- Carne, peixe e ovos malcozinhados
- Peixe pouco fresco, especialmente o atum, ou marisco
- Vegetais crus em áreas conhecidas pelo alto risco de infecção
- Açúcar (“alimenta” as bactérias patogénicas)
Precaução
Se não estiver melhor passado alguns dias ou se os seus sintomas são agudos ou se tem algum sinal de desidratação, é muito importante procurar imediatamente um médico. É melhor não tomar suplementos de ferro, nem muti itaminico com ferro, ao mesmo tempo que tomar antibióticos, porque reduz a absorção de alguns deles.